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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

COMPANHEIRA É COMPANHEIRA...

FOTO / DIVULGAÇÃO
A desvergonha é tanta que provoca vista cansada. A gente já não vê. Ou vê sem ver. Não repara. Não presta atenção. Já vi esse filme, você pensa. Chamem-me quando começar o tiroteio no saloon.

Pouca gente notou. Mas Ana Júlia, a ex-governadora petê do Pará, achegou-se ao balcão. Pediu um cargo à companheira Dilma Rousseff. Foi servida.

Indicaram-na para a Brasilcap. Um braço do Banco do Brasil. Opera no mercado de títulos de capitalização. Diretora financeira, eis a poltrona oferecida a Ana Júlia. O salário? R$ 30 mil. Coisa fina.

Antes de assumir a sinecura, a ex-governadora tem de passar por um filtro. A Susep, Superintendência de Seguros Privados, precisa aprovar o nome dela. Exige-se preparo técnico e idoneidade.

A biografia de Ana Júlia a precede. Ao pedaço conhecido, o repórter Marcelo Rocha adicionou um naco novo. Refere-se a um achado da AGE, a Auditoria-Geral do Estado do Pará.

Versão estadual da CGU federal, o órgão de controle paraense esquadrinhou um par de empréstimos contraídos por Ana Júlia. Coisa de 2010. Ano eleitoral. O último da não-reeleita Ana Júlia.

Num dos empréstimos, beliscaram-se R$ 366 milhões do bom e velho BNDES. Noutro, abiscoitaram-se R$ 100 milhões do BB. Operações de julho de 2010. Dia 1o e dia 2. Alvorecer da campanha.

O dinheiro bancou obras. Iniciativas do governo e de emendas orçamentárias de deputados estaduais. O trivial. Pavimentação. Saneamento. Construção de escolas. Postos de saúde.

Analisa daqui, reanalisa dali, sobreveio a surpresa. Dezesseis notas fiscais. Foram emitidas por três empresas. Juntas, justificam despesas de R$ 77 milhões.

Pois bem. As mesmas 16 notas foram anexadas às duas prestações de contas. Repetindo: para obras diferentes, custeadas por empréstimos distintos, utilizaram-se as mesmas notas.

BNDES e BB analisaram o papelório separadamente. Sem a comparação, a mandracaria passou despercebida. Agora, os auditores paraenses queimam pestanas. Tentam refazer o caminho dos R$ 77 milhões.

Ouvida, Ana Júlia chamou a pseudoesperteza de outro nome: “Erro de informação em uma planilha.” Jura que os R$ 77 milhões foram transferidos a prefeituras paraenses.

De resto, ela seguiu a cartilha: As contas do meu governo foram aprovadas pela Assembléia Legislativa, disse. O Tribunal de Contas do Estado também aprovou, declarou.

O PT paraense tenta reduzir tudo a uma querela partidária. Atribui a veiculação da encrenca ao PSDB. Coisa do governador Simão Jatene, o tucano que prevaleceu sobre a petista na disputa de 2010. Quer dizer: começou a troca de tiros no saloon. Hora de prestar atenção.

Olho vivo na turma da Susep. Impossível dizer que Ana Júlia está apta a comandar as finanças da Brasilcap sem saber onde foram parar os R$ 77 milhões. Com um bom disfarce, até Drácula passa por reles tomador de groselha.

FONTE: BLOG DO JOSIAS

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